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domingo, 8 de julho de 2012

Poema publicado na Antologia 77, pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores



Montenegro


Hoje
Eu senti saudades de Montenegro
Mas não é só hoje!
É nunca! É sempre!
É ausência!
É liberdade vazia
Cheia de cacos de alma
Que costuro todos os dias
Com as fitas de cetim, aquelas,
Que há anos coleciono
Trato de dar um jeito na casa
Caminho por entre
Pessoas que não me veem
Ou sequer sentem o que sinto
Olho o relógio
E mais um dia se esvai
Pincelado de sol
E salpicado de estrelas
Faço comida,
Faço contas de tempo
Encho a jarra d’água
E me perco nela
A gata,
A dor,
A saudade
Sempre comigo
E assim
Vou tecendo esperanças
Em linhas douradas
No tear da vida